"As relações entre o ensino de música e a democracia revestem-se de configurações complexas e paradoxais onde, a par da afirmação pela parte dos responsáveis políticos da sua pertinência na formação das crianças, jovens e adultos, do desenvolvimento de uma sociedade mais culta, se constata a dificuldade no desenho de medidas políticas consistentes que corporizem a riqueza e as pluralidades existentes nos “mundo da música e da educação artístico-musical”. Por outro lado, quer os “mundos da música”, quer os “mundos da educação artístico-musical”, apesar dos progressos conseguidos para além das políticas centrais, nem sempre têm conseguido articular os diferentes quadros de referências e a riqueza existentes, constituindo-se como força alternativa aos diferentes tipos de funcionalizações da formação, à mercadorização da arte e da educação, e à sociedade do espetáculo".